Sunday, October 17, 2010

SWU, Dilma, Serra, Aborto etc. etc. etc.

Olá pessoal,

mais uma vez estou de volta ao blog (deve ser a milésima volta...), e, como todas as outras, esta deve ser definitiva, marcando um período de produção textual e pseudo intelectual intenso e, queira Deus (ou deus???) intensa. Bom, vamos aos assuntos da hora. Primeiro, SWU, ou o dia (ou os dias) em que o Planeta Atlântida, definitiva e incontestavelmente, foi para o espaço (ou para o cu do cachorro... afinal, é engraçado ouvir a chamada da atlântida tratando o evento como o maior festival de música do Brasil, kkkkk). Pois bem, minhas frustrações: primeiro, não pude ir ao festival (minha filha nasceu um pouco antes, e entre a Juliana e o SWU... Juliana mil vezes); segundo, o Multishow passou apenas uma pequena parte da muvuca toda. Em todo caso terminei a madrugada de terça feira com a alma lavada. Ao contrário do que aquela bicha (ou bixa...) louca do Lulu Santos preconizou há alguns anos, O ROCK NÃO ERROU... às vezes fico admirado comigo mesmo, por prestar atenção em entrevistas de figuras tão repugnantes como esse tal de Lulu (ainda vai levar um tempo...). Assim como no embate Juliana X SWU deu Juliana (para mim, é claro...), no embate SWU X Planeta Atlântida/Lulu Santos (inclua aí, também, o Festival de Música de Salvador e outras merdas organizadas com fins apenas comerciais) deu SWU por 1 milhão a zero. Foi demais ver Rage Against, Queens of the Stone Age, Cavalera Conspiracy, Kings of Leon (atenção: é Leôn, e não Lion, como dizem os locutores das rádios...), Pixies, Dave Mathews etc. etc. etc. celebrando o bom e velho Rock'n Roll. Abaixo esses pops melequentos e todos estes festivais oportunistas, cuja lista de "atrações" já tem Capital Inicial, Skank, Claudia Leite, Ivete Sangalo, Fresno, NX Zero e Charlie Brown até 2025. Longa vida ao SWU, já que o Rock'n Roll, como vimos, não precisa disso (enquanto houver uma guitarra, um amplificador e uma barraca, o mundo está salvo).

Pois bem, dito isso, vamos ao segundo assunto deste post: Dilma, Serra etc. etc.etc. Sinceramente, desde que acompanho campanhas eleitorais (e, acreditem, faço isso há muito tempo), nunca vi uma campanha tão vagabunda como essa. Partidários de ambos os candidatos (do qual teremos que eleger o menos pior...) abdicaram de todo e qualquer debate sobre PROPOSTAS PARA O BRASIL. Sim, ao final, isso é tudo o que interessa para nós. Mas, para eles, ávidos pelos votos da população, o que interessa é falar de religião e aborto (que, sejamos sinceros, é um dos temas mais hipócritas de todos que podem ser invocados em uma campanha). Quem perde com isso? Claro que somos nós. Dilma é autoritária, prepotente, intempestiva, enriqueceu às custas da política etc. etc. etc. Serra é uma nova versão do picolé de xuxu, não termina mandatos, é mais retórico do que pragmático e, é claro, enriqueceu às custas da política, além, também de etc. etc. etc. O embate (até por que um debate sério não existe) ficou concentrado nestas duas "jóias", que, muito bem, representam os movimentos que, infelizmente, dominam a política brasileira. O que falar de Marina, então? Ótimas idéias (no plano das idéias é claro), uma vez que não teria a mínima condição de governar um país sem qualquer base de apoio (ops..., esqueci do PMDB, maior bancada do congresso (com c e não C), que faz qualquer coisa por um carguinho).

Quanto ao aborto, não vou ser hipócrita, sou a favor. Tenho dois filhos lindos (Gabriel e Juliana) e, felizmente, junto com minha esposa, tive todas as condições (econômicas e psicológicas) de recebê-los em um lar com amor e condições dignas para um crescimento sadio e sem privações de questões básicas para qualquer ser humano. A condição de minha mulher (que, quando soube que estava grávida do Gabriel, me tirou da sala de aula para me comunicar que estava grávida com a inesquecível pergunta: "e agora, o que vamos fazer?" Vamos criar e amar, é claro...), reconheço, não é a mesma de milhares de adolescentes e mulheres sem condições financeiras que, frente ao "problema", não visualizam qualquer outra possibilidade que não seja o aborto. Pois bem, o que vamos fazer com elas? Prendê-las? Deixá-las morrer à míngua (o aborto é a quarta causa de morte de mulheres no Brasil)? É hora de se encarar esta questão de frente, pois quem morre são sempre as mulheres pobres, que não tem condições de pagar pelas caras clínicas de Curitiba e Porto Alegre (que todos sabem onde ficam e fingem que não sabem). É triste ver esta hipocrisia dos dois candidatos à presidência (e de suas militâncias), bem como destas igrejas caras de pau que fazem olho grosso para questões como pedofilia e exploração financeira de pessoas sem condições intelectuais (e financeiras) de se manifestarem de forma contrária a esta conversa fiada de paraíso, milagres etc. etc. etc.

Abraço a todos, e, como diria o velho Ibrahim Sued, "ademã, que eu vou em frente...".

PS: Que este post renda alguns comentários (contrários e favoráveis, é claro).