Sunday, November 04, 2007

Olhem só que bacana isso...

Pois é pessoal, estou de volta para mais algumas postagens, e, para começar, quero postar um texto sensacional do Jerônimo Jardim, compositor gaúcho que, dentre outras coisas, é o autor de Purpurina, música que ganhou o MPB Shell (há muitos anos atrás). Leiam isso, e depois a gente conversa:

AMEN

Eu queria não morrer em dia de brisa mansa, em noite de lua cheia, no topo da inspiração, no auge do meu desejo, com as pessoas que mais gosto, no boteco preferido, em mesa de prosa e verso, com os pratos mais gostosos, na hora de abrir o vinho. O dia de minha morte há de ser de ventania, de chuva que gela os ossos, de inspiração frustrada, de noite de assombração, de mesa de gente chata, de vinho avinagrado, de comida indigesta, de amor repudiado, de desejo insatisfeito. Alguém me terá xingado, meu time terá perdido, um médico me terá dito que as dores não têm cura; e o meu amor, presente, me parecerá distante; ou estará ausente; ou pior: indiferente. O dia de minha morte há de ser dia de vaia. Será de alívio e vontade de sair logo de cena. Não pode ser de saudade; nem ser de notícia boa.

2 comments:

JSouza said...

Olá...professor Andrei, gostei do texto, desse gaúcho, mas não entendi inspirado no que ele teve essa idéia tão doida... abraço..

Valéria Martins said...

Andrei, sou eu, a prima Valéria!!! Me dá seu email? Me visita e deixa lá? Não consigo ligar para o tel que eu tinha de Cruz Alta, meu telefone de casa também mudou. Apareça, please!!!